18 de março de 2011

Minha homenagem à uma guerreira maravilhosa....

Olá

tudo bem com vocês? Muitos conhecem a minha história e meu relacionamento com a minha mãe. Sabem o quanto fui apegada à ela e quantos valores ela me ensinou no decorrer destes anos. Os mais próximos sabem que desde 2004, após o infarto, mamãe lutava contra um câncer, que começou na mama e se espalhou em diversas partes do corpo. Eu mesma cheguei a comentar com vocês algumas poucas vezes neste espaço que eu tanto adoro sobre esta luta dela com a doença. Talvez não detalhadamente, mas comentava que ela estava em tratamento e tal. Mas hoje, tenho uma notícia triste para dar aos poucos leitores deste blog: mamãe perdeu a luta contra o câncer e veio a falecer no dia 13/03, último domingo. Sim amigos... eu virei órfã de mãe.

Mamãe foi uma guerreira e tanto durante estes anos. Não somente nestes anos, mas principalmente nos últimos 10 dias que mamãe ficou internada, novamente, no hospital. Eu não comentei nada com vocês, mas desde o dia 25 de janeiro, estávamos em observação com ela. Como falei, talvez possa ter sido egoísmo da minha parte, mas por um lado, era um mecanismo de defesa que eu havia acionado, apenas para me preparar para o que aconteceria e aconteceu. Foram poucos os amigos que souberam da piora do caso dela e foram os mais próximos que souberam do seu falecimento.

Desde novembro do ano passado, soubemos que, infelizmente, o câncer chegou ao cerebelo (sim, chegou na cabeça). Foi feita 10 sessões de radioterapia, mas infelizmente, o tratamento não deu o resultado esperado. Mamãe teve muitas, mas muitas crises convulsivas e perdemos as contas de quantas vezes a levamos no Pronto Socorro (que no Instituto do Câncer do Estado de SP - Icesp - é chamado de C.A.I.O. Só avisando: este era o hospital onde ela fez todo o seu tratamento e também, o local onde ela estava quando faleceu). Seja por uma simples dor, um pequeno mau estar, uma nova crise consulsiva, uma prisão de ventre... lá estávamos nós. Fosse de madrugada, tarde da noite, fosse durante o dia, fosse durante a tarde.... eu que não tinha o hábito de dirigir à noite, acabei me acostumando.... mas não me importava, pois o que mais queria era lutar pela saúde dela, não importasse o que fosse.

Eu e meu pai nos acostumamos com a rotina. Lógico, não somente nós, como também os meus irmãos. Papai levava sua sacola de trabalho, cobertor, travesseiro e deixava no carro. Junto com ela, também levávamos um cobertor, principalmente quando era de madrugada, pois o hospital é um local muito frio. Desde o dia 04 de março, quando estava prestes a trocar de turno (falávamos turno, mas não como uma obrigação, pois nunca foi obrigação cuidar dela. Sempre foi um prazer imenso) que minha irmã ligou, avisando que ela estava passando mal. Desde aquele dia ela ficou internada e não saiu mais... Eu sempre ficava com a mamãe na parte da tarde, uma vez que a minha irmã trabalha à tarde. Aguardava meu pai chegar para depois voltar para casa, com o Fabricio jantado e tomado banho. Foram cerca de 45 dias ou mais (nós mesmos chegamos a perder as contas dos dias) de muito carinho e cuidado. Até meu (ex) cunhado veio ao Brasil para vê-la. Ela ficou feliz com tudo isso e ainda se sensibilizou quando ele disse o quanto valorizava tudo o que ela havia feito por eles... 

Foi uma luta gente. Como um colega deixou no Facebook: "Cada um de nós tem 1000 desejos... O paciente de câncer tem apenas um: voltar a ter saúde. Eu sei que 97% não irá copiar isso no seu status, mas eu também sei que 3% dos que são meus amigos irão fazê-lo...ao menos por uma hora. Em lembrança daqueles que morreram de câncer e daqueles que lutam ou já venceram essa luta"

E é isso mesmo; o doente de câncer não quer nada além de uma coisa: ter saúde. Ter saúde para viver, ter saúde para lutar, ter saúde para vivenciar novos e velhos momentos. E foi o que mamãe fez até o fim de sua vida. E mamãe deixou isso como força para todos os médicos, técnicos e auxiliares que cuidaram dela. E também, deixou isso para sua família: NÃO DESISTIR JAMAIS!!! Mesmo com o diagnóstico que a doença tinha voltado e que novamente ela teria que fazer radioterapia ou quimioterapia, mamãe sempre sorriu e disse: "vamos à luta!"  

E vocês se lembram dos tsurus que fiz no post http://hitsblablabla2.blogspot.com/2009/01/mil-e-mais-alguns.html? Esses, durante a semana passada, eu pendurei no fio de nylon e eles foram deixados com ela.

Mamãe querida, dona Kiepu... sei que essa homenagem é singela, referente à tudo o que a senhora fez por mim, durante todos esses anos que vivemos juntas. Mas, é uma forma de dizer-lhe que estou bem e que continuarei lutando, sempre. Mesmo com todos os obstáculos que apareçam em minha vida, eu hei de lutar e seguir em frente.

MAMÃE,
TE AMO DEMAIS!!! OBRIGADA POR TUDO, MAS POR TUDO MESMO QUE A SENHORA SEMPRE FEZ E CONTINUARÁ
FAZENDO POR MIM!!!
VAI DAR TUDO CERTO!!!

bjos

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